No Balanço das Copas
Basta ver uma camisa num tom bem vivo de amarelo, para uma ideia e um sonho virem à mente: a do melhor futebol do planeta, praticado pela seleção brasileira principal masculina, pentacampeã do mundo, sem quaisquer derrotas, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Embora eventualmente vista seus talentosos craques com a camisa azul, como na final do Mundial de 1958, a equipe brasileira se notabilizou pelo amarelo do uniforme, que lhe rendeu apelidos como “Amarelinha” e “Canarinho”.
Sob um céu de cinco estrelas, referentes ao número de títulos mundiais, o futebol brasileiro é o mais bem sucedido da história das Copas do Mundo, não apenas por esse retrospecto, como também por ser o detentor da Copa Jules Rimet, ganha definitivamente após o triunfo no Mundial México-1970. Tudo isso graças àquele que é considerado o melhor time de todos os tempos neste esporte, única equipe nacional campeã com seis vitórias nas eliminatórias e outras seis na Copa do Mundo propriamente dita, 100% de aproveitamento nos 12 confrontos.
Único país a ter estado presente em todos os Mundiais de futebol, este é o Brasil de 21 Copas, com 109 jogos, 73 vitórias, 18 empates e 18 derrotas, 237 pontos obtidos, 229 gols assinalados, 105 sofridos e saldo de 124. Além dos cinco troféus, tem dois vice-campeonatos, em 1950 e 1998; dois terceiros lugares, em 1938 e 1978; e dois quartos, em 1974 e 2014. Outra façanha verde-amarela foi a de ter conseguido ganhar Copas fora de seu continente, o sul-americano: em 1958, na Suécia (Europa); em 1970, no México (América do Norte); em 1994, nos EUA (América do Norte); e em 2002, na Coreia do Sul/Japão (Ásia). A “Amarelinha” ocupa o primeiro lugar do ranking de Copas do Mundo da Fifa.
Outras seleções também campeãs longe de seus continentes foram Argentina, em 1986, no México (América do Norte); Espanha, em 2010, na África do Sul (continente africano) e Alemanha, em 2014, no Brasil (continente sul-americano).
Ao longo de sua história, em Mundiais ou noutras competições, a seleção brasileira tem como maior rival a Argentina. Levando em conta apenas as Copas do Mundo, foram quatro confrontos, com duas vitórias verde-amarelas, na Alemanha Ocidental, em 1974; e na Espanha, em 1982; um triunfo albiceleste, na Itália, em 1990; e um empate, na Argentina, em 1978.
Mais uma adversária de muito peso é a Itália. Contra a “Azzurra” (assim conhecida pelo azul de seu uniforme, que remete à Casa Real de Savóia), foram cinco clássicos, incluindo duas finais, ambas vencidas pelos brasileiros, no México-1970 e nos EUA-1994 (sendo esta nos pênaltis). Em 1978, no evento na Argentina, o Brasil ganhou a disputa pelo terceiro lugar. Os italianos, por sua vez, eliminaram o Brasil na semifinal de 1938, na França, e na segunda fase de 1982, na Espanha, encaminhando-se para o título em ambas as edições.
Os “azzurri” não se classificaram para os mega eventos de 2018 e deste ano. Antes disso, os italianos não ficavam fora de um Mundial desde a Suécia-1958.
Mais um grande rival dos canarinhos veste a “Celeste Olímpica" (apelido herdado da conquista dos ouros olímpicos no futebol em Paris-1924 e Amsterdam-1998): o Uruguai, primeiro campeão das Copas em 1930. Seu segundo título mundial foi ganho em 1950 no Rio de Janeiro, no Maracanã lotado, ao superar o Brasil de virada por 2 a 1, no que era considerado a maior tragédia da história do futebol brasileiro, antes da derrota de 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal do Mundial de 2014. Ainda contra os uruguaios, os brasileiros duelaram na semifinal da Copa de 1970, garantindo a passagem à decisão e abrindo caminho para o tricampeonato na época.
Algoz do Brasil em 2014, no histórico 7 x 1, a Alemanha é outra forte adversária. Fez ainda a final do Mundial de 2002, o da Coreia do Sul/Japão, contra a seleção brasileira, mas esta levou a melhor.
O país que mais vezes se defrontou com o Brasil em Copas foi a Suécia, em sete oportunidades, com cinco triunfos verde-amarelos (incluindo uma goleada de 7 a 1 em 1950) e dois empates. O confronto mais marcante foi o da final de 1958, em pleno território sueco. Lá, a seleção brasileira teve de procurar às pressas um jogo de camisas azuis para poder enfrentar os donos da casa, cujo uniforme também incluía camisa amarela e calção azul - como os do Brasil. Na época, dirigentes da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) disseram aos jogadores que eles iriam atuar abençoados pelo azul do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira nacional, e a equipe brasileira venceu por 5 a 2, conquistando a Copa pela primeira vez. Em 1994, no Mundial dos EUA, vantagem brasileira, com 1 a 1 na primeira fase e 1 a 0 na semifinal, rumo ao tetracampeonato.
No caso da França, uma pedrinha na chuteira verde-amarela. No que se refere às Copas, os “Azuis” estão em vantagem, tendo derrotado os canarinhos por 3 a 0 na decisão do Mundial na casa deles, em 1998, além de terem eliminado os brasileiros nas edições de México-1986 e Alemanha-2006. Em 1958, porém, Pelé, Garrincha, Vavá, Didi e cia eliminaram a então favorita França na semifinal. Em 2018, os franceses derrotaram a Croácia na final do Mundial da Rússia, em Moscou. Foi o bicampeonato mundial dos franceses.
Entretanto, em 2018, a bandeira verde e amarela não cruzou com a azul, branca e vermelha, já que o Brasil caiu nas quartas de final perante a Bélgica. O top quatro do Mundial russo foi composto por França, Croácia, Bélgica e Inglaterra. Na edição de 2018, o Brasil foi eliminado pela Bélgica, ao perder por 2 a 1, nas quartas-de-final.
Ao todo, desde sua estreia em 1914, quando venceu o time inglês do Exeter City por 2 a 0, a 21 de julho daquele ano, no Estådio do Fluminense, no Rio, a equipe nacional brasileira já enfrentou 89 seleções, tendo vantagem nos retrospectos contra 86 delas, incluindo as já inexistentes Iugoslávia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, União Soviética e Grã-Bretanha (amistoso da seleção olímpica). Apenas três seleções têm retrospectos positivos contra os canarinhos, incluindo triunfos em Copas. A primeira é a Hungria, que tem cinco jogos contra o Brasil, com três vitórias, um empate e apenas uma derrota. A seleção húngara inclusive ajudou a eliminar a Seleção na primeira fase da Copa do Mundo de 1966.
Outra seleção carrasca é a Noruega, única seleção que nunca perdeu do Brasil na história. Em quatro jogos, são duas vitórias norueguesas e dois empates. Uma das vitórias foi na primeira fase da Copa de 1998, de virada. Já no caso da Holanda, em 12 jogos, são quatro vitórias holandesas, cinco empates e três vitórias do Brasil. Os holandeses venceram a Seleção em três Copas: em 1974, tirando a Seleção após os 2 x 0 na semifinal; nas quartas de final de 2010, com 2 a 1 de virada; e na disputa do terceiro lugar de 2014, 3 a 0 para a Laranja Mecânica. Já o Brasil se impôs nas quartas de final de 1994 e em 1998.
Outra equipe que jamais perdeu para o Brasil em Copas é a de Portugal. Em 1966, na Inglaterra, houve triunfo luso por 3 a 1, e em 2010, na África do Sul, igualdade sem gols.
Não apenas nos cinco títulos mundiais, mas a amarelinha já brilhou intensamente nas conquistas de nove Copas Américas, em 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004, 2007, 2019; quatro Copas das Confederações, em 1997, 2005, 2009 e 2013; e no ouro olímpico em casa, nos Jogos Rio-2016 e nos de Tóquio-2020 (disputados em 2021, devido à pandemia da Covid-19).
Se os Estados Unidos são reconhecidos como a terra dos maiores astros do basquete, e a Jamaica, como pátria dos melhores velocistas do atletismo, o Brasil é sempre visto como o celeiro dos maiores craques e dos melhores representantes do atletismo mundial. Assim, Pelé é considerado o maior dentre os maiores de todos os tempos. Seu apelido se tornou um substantivo, para indicar o melhor em quaisquer atividades.
Mais alguns gigantes da história brasileira nos campos são Mané Garrincha, Romário, Ronaldo Fenômeno, Bebeto, Didi, Rivellino, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Jairzinho, Tostão, Gerson, Carlos Alberto Torres, Zagallo, Zito, Djalma Santos, Nilton Santos, Vavá, Bellini, Amarildo, os goleiros Gilmar, Félix, Taffarel e Marcos, entre outros. Todos campeões mundiais, que em épocas diversas trajaram a Amarelinha e fizeram-na brilhar incomparavelmente, com cinco estrelas no peito, graças ao melhor futebol da Terra.



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