A Copa do Mundo Paralela das Fornecedoras de Material Esportivo
Além de ser um dos maiores eventos esportivos do mundo - e que atravessa as fronteiras do Esporte - a Copa do Mundo também se constitui numa das mais expressivas feiras globais de material para atletas profissionais e de fim de semanae. Nela as maiores fornecedoras de material esportivo, ou sport apparel em inglês, podem expor camisas e calções de jogo e de treinos, agasalhos, conjuntos esportivos, chuteiras, tênis, bolas e mais uma longa lista de itens desta poderosa indústria. Para quem não está tão a par do assunto, vale informar que a indústria do material esportivo integra uma super indústria, a do esporte.
O site Business Research Company calcula que a indústria do esporte, que engloba remuneração de atletas, treinadores, managers, dirigentes remunerados, patrocínios, direitos de TV, ingressos, entre outras coisas, movimentou em 2021 cerca de US$ 354,96 bilhões (cerca de R$ 1,860 trilhão). Para este ano, as previsões são de que o setor vai fazer girar, mundialmente, US$ 496.52 bilhões (R$ 2,602 trilhões). Para 2026, superadas as dificuldades que a economia mundial vem enfrentando desde o surgimento da pandemia COVID-19 - que vem assolando o mundo desde então - as previsões são de que o mercado mundial do esporte chegue aos US$ 644 bilhões (R$ 3,375 trilhões). Como parte deste setor, a indústria do material esportivo estaria movimentando este ano o montante de US$ 205,2 bilhões (R$ 1,075 trilhão), com previsões de que vá movimentar os US$ 362,3 bilhões (R$ 1,898 trilhão) em 2032. Tais cálculos são do site www.factmr.com.
Quando se fecha a lente mais detidamente neste Mundial do Catar, levando em conta as quatro seleções semifinalistas, três das principais marcas de material esportivo vestem as candidatas ao troféu. Entre Argentina e Croácia, a alviceleste usa material da alemã Adidas, e a quadriculada em vermelho e branco ostenta o logotipo da americana Nike em seus uniformes. Na outra chave, a França, atual campeã mundial, tem contrato com a Nike, e o Marrocos, primeira equipe africana numa semifinal e consequentemente a sensação do campeonato, usa a marca alemã Puma.
Quando o Mundial catari teve início, eram 32 as seleções participantes. Deste total, 13 mantêm contratos com a Nike: Brasil, Qatar, Holanda, Inglaterra, EUA, Polônia, Arábia Saudita, França, Austrália, Canadá, Croácia, Portugal e Coreia do Sul. Sete são clientes da Adidas - País de Gales, Argentina, México, Espanha, Alemanha, Bélgica e Japão - e seis da Puma - Senegal, Marrocos, Sérvia, Suíça, Gana e Uruguai. Seis outras companhias também forneciam material para craques de diferentes equipes nacionais. Casos da Kappa, com a Tunísia; Hummel, Dinamarca; New Balance, Costa Rica; Le Coq Sportif, Camarões; Marathon, Equador; e Majid, Irã.
Eventos como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo são enormes estandes de exposições das logomarcas mais famosas deste mercado, assim como as grandes ligas nacionais de futebol, a NBA e a NFL, cujas franquias mantêm contratos com a Nike. A indústria do esporte apresentou expressivo crescimento a partir da década de 1980, quando se espalhou pelo planeta a ideia de que praticar esportes faz bem à saude. Isso muitas pessoas a abandonarem o sedentarismo e a praticarem atividades físicas nos fins de semana. Com isso, pessoas até então sedentárias se tornaram desportistas de fim de semana e frequentadores de academias, o que implicou numa maior venda de material esportivo para esses praticantes não-profissionais.
Além disso, o esporte profissional, o esporte show, vem-se tornando cada vez mais profissional desde o fim dos anos 70, começo dos 80. Os salários de atletas, treinadores e dirigentes remunerados são mais altos, assim como também houve expansão nos volumes de direitos de TV e novas mídias, como a internet; patrocínios; negociação de produtos oficiais de times, ligas, federações e seleções; consumos nos estádios e arenas por parte dos torcedores. Atualmente, calcula-se que os mercados de EUA e Europa movimentem 75% do volume global, ao passo que na América Latina são efetuadas apenas 6% das vendas
Para o crescimento desse mercado, em âmbito mundial, contribuiu muito o interesse do público chinês por esportes. Vale lembrar que aquele país sediou as Olimpíadas de Verão de 2008 e as de Inverno precisamente em 2022.
Assim como se passou com os demais nichos da economia mundial, a indústria do esporte apresentou nítida queda de faturamento em 2020 e 2021, ficando muito abaixo da média anual anterior, que girava em torno de US$ 1 trilhão (que atualmente seriam R$ 5,24 trilhão). Este ano de 2022 vem marcando uma retomada do crescimento desta indústria, o que, espera-se, deverá prosseguir a partir de 2023.



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